O que considerar na hora de definir o preço da sua teleconsulta

Vários profissionais adotaram a modalidade remoto para trabalhar com mais autonomia e liberdade. Veja 4 passos para cobrar por uma teleconsulta.


25/02/2025 21:37:13

Com o avanço da tecnologia e a crescente digitalização dos serviços de saúde, a teleconsulta emergiu como uma alternativa viável e eficiente ao atendimento presencial. A pandemia de COVID-19 acelerou essa tendência, destacando a necessidade de acesso remoto a cuidados médicos. 

Nesse contexto, a definição do preço da teleconsulta torna-se um aspecto crucial para os profissionais de saúde, como nutricionistas, psicólogos, personal trainer, etc.

Este artigo explora a importância de precificar adequadamente a teleconsulta e apresenta uma metodologia detalhada para estabelecer esse preço de maneira justa e sustentável.

Quais as vantagens da teleconsulta?

1. Acessibilidade e conveniência

A teleconsulta oferece uma solução prática para muitos pacientes que enfrentam desafios ao acessar cuidados médicos tradicionais. Pessoas que vivem em áreas remotas, que possuem mobilidade reduzida ou que têm horários restritos encontram na telemedicina uma alternativa acessível e conveniente. Além disso, a teleconsulta elimina a necessidade de deslocamento, reduzindo custos e tempo de viagem para os pacientes.

2. Continuidade do cuidado

A teleconsulta permite a continuidade do cuidado, especialmente para pacientes com doenças crônicas que necessitam de monitoramento regular. O acesso fácil a consultas regulares pode melhorar a adesão ao tratamento e proporcionar um acompanhamento mais rigoroso, resultando em melhores desfechos de saúde.

3. Eficiência e otimização do tempo

Para os profissionais de saúde, a teleconsulta pode significar uma otimização significativa do tempo e dos recursos. Consultas remotas muitas vezes requerem menos tempo em comparação com consultas presenciais, permitindo que os médicos atendam a um maior número de pacientes. Além disso, a teleconsulta pode ajudar a reduzir a carga sobre as infraestruturas de saúde, como salas de espera e clínicas físicas.

O que considerar na hora de definir o preço da teleconsulta

Definir o preço da teleconsulta envolve uma análise cuidadosa de vários fatores, que incluem os custos operacionais, a demanda de mercado, a concorrência, e a percepção de valor por parte das pessoas atendidas.

1. Custos operacionais

A primeira etapa na definição do preço da teleconsulta é entender os custos operacionais envolvidos. Esses custos podem incluir:

Tecnologia e Infraestrutura: Plataformas de telemedicina, equipamentos tecnológicos, e manutenção de software.

Administração e suporte: Custos administrativos relacionados ao agendamento de consultas, gestão de registros de atendimentos eletrônicos, e suporte técnico.

Segurança e conformidade: Investimentos em segurança de dados para proteger as informações dos pacientes e garantir a conformidade com regulamentações, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil.

2. Demanda de mercado e perfil das pessoas atendidas

A demanda por teleconsultas pode variar significativamente dependendo do perfil dos pacientes e da localização geográfica. Em áreas urbanas com alta densidade populacional, a demanda pode ser maior devido à conveniência e ao acesso limitado a consultas presenciais. Em áreas rurais, a teleconsulta pode ser a única opção viável para muitos pacientes.

Além disso, o perfil demográfico, como idade, condições de saúde e capacidade financeira, também influencia a disposição a pagar por serviços de teleconsulta. Uma pesquisa de mercado pode ajudar a identificar essas variáveis e ajustar os preços de acordo.

3. Concorrência

Analisar os preços praticados por outros profissionais e clínicas na região é fundamental. Uma avaliação da concorrência pode fornecer insights sobre a faixa de preço praticada no mercado e ajudar a posicionar o serviço de teleconsulta de maneira competitiva. No entanto, é importante não apenas igualar os preços dos concorrentes, mas também considerar o valor agregado que o seu serviço oferece.

4. Valor percebido 

O valor percebido pelos pacientes é um fator subjetivo, mas crucial na definição do preço. Este valor é influenciado pela qualidade do atendimento, a reputação do profissional de saúde, a facilidade de uso da plataforma de teleconsulta, e a experiência geral do paciente. Investir em uma plataforma de teleconsulta amigável, garantir uma comunicação clara e eficiente, e proporcionar um atendimento de alta qualidade podem aumentar a disposição dos pacientes a pagar um preço premium.

Veja 5 passos para definir o preço da sua teleconsulta

1. Análise de custos

O primeiro passo é realizar uma análise detalhada de todos os custos operacionais envolvidos na prestação do serviço de teleconsulta. Isso inclui:

  • Custos fixo: Aluguel de espaço (se aplicável), custos de tecnologia e manutenção de software.

  • Custos variáveis: Salários dos profissionais, custos administrativos, e despesas com treinamento.

  • Custos Indiretos: Segurança de dados, conformidade com regulamentações, e marketing.

A soma desses custos fornece uma base sólida para o cálculo do preço mínimo necessário para cobrir as despesas operacionais.

2. Pesquisa de mercado

Realizar uma pesquisa de mercado abrangente para entender a demanda e os preços praticados por concorrentes. Isso pode envolver:

  • Entrevistas com pacientes: Coletar feedback direto dos pacientes sobre suas expectativas e disposição a pagar por teleconsultas.

  • Análise de concorrência: Identificar os preços praticados por outros profissionais de saúde na mesma região ou especialidade.

  • Tendências do setor: Analisar relatórios e estudos de mercado para identificar tendências e previsões no setor de telemedicina.

3. Definição de segmentos de preço

Com base na análise de custos e na pesquisa de mercado, é possível definir diferentes segmentos de preço para atender a diversos perfis de pacientes. Por exemplo:

  • Pacientes particulares: Preço premium para pacientes que buscam conveniência e atendimento personalizado.

  • Convênios e seguros de saúde: Preços ajustados conforme os acordos com operadoras de saúde.

  • Programas sociais e subsídios: Preços reduzidos para pacientes de baixa renda ou participantes de programas sociais.

4. Comunicação e transparência

A comunicação clara e transparente sobre os preços e os benefícios da teleconsulta é essencial. Informar os pacientes sobre o que está incluído no preço, como a duração da consulta, a disponibilidade de suporte pós-consulta, e a segurança dos dados pode aumentar a confiança e a satisfação dos pacientes.

5. Avaliação e ajustes contínuos

O mercado de teleconsulta está em constante evolução, e é importante realizar avaliações periódicas dos preços praticados. Monitorar a satisfação dos pacientes, a concorrência, e as mudanças nos custos operacionais permite ajustar os preços conforme necessário para garantir a sustentabilidade e a competitividade do serviço.

Conclusão

A definição do preço da teleconsulta é um processo complexo que requer uma análise cuidadosa de múltiplos fatores. A compreensão dos custos operacionais, a pesquisa de mercado, a avaliação da concorrência e a percepção de valor pelos pacientes são elementos essenciais para estabelecer um preço justo e competitivo. 

Além disso, a comunicação clara e a transparência são fundamentais para construir a confiança dos pacientes e garantir a satisfação com o serviço de teleconsulta.

Ao adotar uma abordagem estruturada e baseada em dados para a definição do preço, os profissionais de saúde podem não apenas garantir a viabilidade financeira de suas práticas, mas também proporcionar um acesso mais amplo e equitativo aos cuidados de saúde. 

A teleconsulta, quando precificada adequadamente, tem o potencial de transformar o panorama da saúde, oferecendo uma solução acessível, conveniente e eficiente para pacientes e profissionais de saúde em todo o mundo.